quarta-feira, 3 de março de 2010

37

Vimos lá por casa o primeiro episódio da mini-série policial da TVI, 37. A série tem algumas caras conhecidas da televisão portuguesa, entre elas, as de Sofia Alves, Pedro Granger e João Reis e promete muito mistério, mortes e a busca, por parte do espectador, de um serial killer.
O problema é que entre o prometer e o cumprir vai uma distância do caraças.

Vamos por partes.
A história conta o regresso de Helena, dos Estados Unidos, para trabalhar com autistas, num pólo universitário. O seu regresso anima as hostes. O ex-namorado volta a sentir aquele fogo que arde sem se ver e termina com a noiva, que é encontrada morta, e a reitora faz-se ao bife luso-americano, como se não houvesse amanhã (os olhos da reitora, meu Deus, os olhos da reitora - então ninguém pensou na actriz para Destino Imortal?). Uns dias depois, uma das monitoras dos autistas é encontrada igualmente morta. Pedro Granger "faz" de advogado, com um irmão autista. João Reis faz de inspector da Polícia que tem um filho, se disseram autista adivinharam.
As duas vítimas, até ao momento, foram encontradas à porta do edifício principal da Universidade, estranguladas, nuas, mas tapadas com uma capa de traje académico (não consta que nenhum dos membros da AE tenha sido convocado pela PJ!).

Há duas coisas que me fascinam neste primeiro episódio, vá, quatro.
1."Riscados" é a palavra que mais se ouve, dita pelos dois jovens autistas. Terá, obviamente, papel no desenrolar futuro, mas ainda ninguém deu pela importância desta pista (quem é que dá importância a autistas? Nesta série, ninguém. Granger passa a mão pela cabeça do irmão umas 40 vezes (razão suficiente para transformar alguém em Serial Killer) e João Reis deixa o filho sozinho, sem supervisão, na esquadra.)
2.A lésbica agressiva (reitora) ou, caso não seja lésbica, a tipa que quer ser tão amiga e fofinha que passa facilmente por stalker.
3.Helena que cada vez que resiste às investidas da reitora toma banho. Embora também tome banho noutras circunstâncias. Nunca uma personagem tomou tanto banho em tão pouco tempo. Mas o que adorei mesmo foram as duas ou três cenas em que a reitora apareceu e a desculpa que Helena dava era "Agora não dá, vá-se lá embora, que vou tomar uma banhoca."
4.Granger é tão mau actor que até enerva. Aliás, as performances são fraquinhas, irritantes e pouco naturais. Quando são informados sobre a morte de alguém, as personagens agem quase naturalmente, somente a voz mostra que estão chocadas. Ao pé desta gente, a actriz de Lua Vermelha que é perseguida pelo namorado merecia um Óscar.
 

Resumindo, banhocas, muitas banhocas transformam este primeiro episódio numa autêntica banhada. A série não convenceu propriamente, passei praticamente o episódio inteiro a fazer piadas com os diálogos, que são fracos, deprimentes e dignos de uma peça da preparatória.
Sinceramente...

1 comentário:

  1. «quem é que dá importância a autistas?», disse?

    Só por ter feito essa pergunta, os meus parabéns.

    Obrigada,
    Ana Martins

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