sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Há duas semanas li divertido uma notícia sobre operações stop para multar (há operações stop por outras razões?) condutores com música pirateada. Esquecendo o ridículo da coisa, coloca-me à vontade, não tenho um único cd pirateado no carro, até porque o rádio do carro é averso a novas tecnologias.
Aliás, é tão averso a novas tecnologias que nem todos os cds originais lê. Compra um tipo cds novos a preços da chuva (diretamente da Amazon), para ter alguma música nova no carro e o rádio recusa-se a replicar o Nick Drake  e os White Stripes.
Venham as operações stop ou um rádio novo

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Nunca me preocupei com insetos e outras faunas que gostam de sugar sangue, vampiros incluídos. No entanto, o susto que apanhei este fim de semana pode alterar este estado de espírito.
Na 5ª feira, a caminho de casa, fui picado por um inseto incógnito. A mão inchou, mas como sempre fui esperando que a situação se resolvesse. No sábado, vencido pela dimensão da mão e olhares preocupados de conjuge e pais, lá me encaminhei ao Centro de Saúde.
Injeção, pomada (se pensaram em Fenistil, acertaram) e Atarax, medicamento que me enviou para uma dormência inusitada.
A injeção fez-me temer pela vida e ansiar por um inseto, o enfermeiro que ma deu pouco percebe daquilo, e se levei uma mão inchada trouxe outra negra. A pomada pouco efeito surtiu nesse dia e ontem, já o Atarax pôs-me a dormir acordado e a ansiar pela caminha durante toda a tarde, ainda hoje estou cheio de sono, mas enquanto a mão não desinchar...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

do mar escuro e do que se vê num oitavo andar

^Veem-me à memória as primeiras páginas de As Ilhas Desconhecidas de Raúl Brandão, onde o escritor relata a viagem de barco noturna, na penumbra, ouvindo o barulho do barco que parece desconjuntar-se e sem luz à sua volta, mutatis mutantis, de vez em quando, olho pela janela do oitavo andar, pela uma ou duas da manhã, mesmo pelas quatro, dependendo da janela o que vejo não é escuridão, são luzes, umas mais fortes do que as outras. Hoje de manhã, pelas seis, fui acordado pela vizinha de cima já em saltos altos, levantei-me silenciosamente, para deixar a esposa dormir mais um pouco, e assomei-me à janela, ela teima em deixar as persianas abertas, claro que não precisava de olhar para fora já que a luz teima em entrar.
Lembrei-me de Raúl Brandão pelo contraste, mas também pela lembrança de uma falha de energia, há uns meses, toda a paisagem que as minhas janelas vislumbram (com exceção de Lisboa e do Barreiro), apagou-se. Talvez pelo prédio não ranger, nem se mover, sorri com a beleza de uma noite verdadeiramente escura.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Amanhã volta o rebuliço, a discussão, a estupidez do campeonato nacional. Sim, deve ser um resquício de ter o refugo do refugo como treinador, mas nem vos digo como estas quase duas semanas souberam bem.
Afinal, não é campeonato, mas taça. Vai dar ao mesmo, sinceramente.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Por muito que me esqueça,
por muito que me lembre,
por muito que ache que tu o sabes,
por muito que ignore que te magoo
por não to dizer,
a verdade é que tu és eu e eu sou tu.
amo-te
mais do que as vezes que me esqueço de o dizer.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Ao olhar pela janela reconheço que a noite desceu,
está quase a ser enrolada pelos raios de um novo dia
e eu ainda aqui, sem saber o que fazer,
perdido num cansaço sem sono.
Sem ti.
O dia não te trará para mais perto,
mas os raios podem ofuscar-me e
enganar-me numa falsa sensação
de proximidade.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Terra Nova




Terra Nova é uma das novas apostas da FOX para a fall season de 2011, Steven Spielberg aparece como produtor e a série tem sido descrita como uma mistura de Lost com Jurassic Park.

A ação começa em 2149, no planeta terra, com a poluição e o excesso de habitantes a ameaçarem o futuro da humanidade. 
Uns cientistas malucos (redundância, eu sei) descobriram um buraco no tempo que permite a alguns escolhidos habitarem uma outra Terra (evitam-se os problemas das ações terem repercussão no presente), 85 milhões de anos no passado.
É neste contexto que conhecemos a família Shannon (Jim, o pai entretanto fugido da prisão, Elisabeth, a esposa cientista, e os três filhos Josh, Maddy e Zoe) que se juntam ao décimo grupo de "peregrinos" em Terra Nova.
O primeiro episódio (duplo, com duração de duas horas) apresenta-nos à família Shannon e ao ambiente de Terra Nova, tanto da terra, como da série.
A família tem um número anormal, já que a lei proíbe mais de dois filhos, a razão do pai ter de fugir da prisão prende-se com a decisão de terem levado avante a última gravidez. A ver vamos se a realidade futura deixada para trás terá algum impacto em episódios futuros, quando chegam a Terra Nova a indicação é que não. Há dinossauros, uns mais vegetarianos do que outros, há um grupo (sixers, do sexto grupo) de renegados e há muita história para conhecer, inclusive uma variante das pinturas de foz côa, mas com qualidade (afinal foram desenhadas por humanos do século XXII)!
Terra Nova é um produto mais cinematográfico do que televisivo, percebe-se pelos valores em causa, pela qualidade dos efeitos especiais. Cada episódio tem um orçamento de 4 milhões de dólares e foram construídos mais de 250 sets. O Presidente da Fox Entertainment, Kevin Reilly, comentou "This thing is going to be huge. It's going to take an enormous production commitment." Ao contrário do normal, a FOX não pediu um episódio piloto, mas avançou com uma série inicial de 13 episódios.
Por um lado, isto mostra a aposta e fé na série e sucesso desta, isto de um canal que tem apostado em Fringe (yuppii), mesmo sem grandes audiências. O primeiro episódio teve bons resultados tanto a nível de audiência, como de crítica.
Pessoalmente, não desgostei do primeiro episódio, mas também não delirei. Mas poucos são os pilotos que conseguem impressionar e, quando impressionam, poucos são os que mantêm a qualidade.
Terra Nova cativa, neste momento, mais a nível dos décors e efeitos especiais do que da narrativa; o segundo episódio foi uma desilusão, cliché atrás de cliché, nenhum mistério, nenhuma razão para me obrigar a voltar para o próximo episódio, somente dinossauros voadores. Houve construção e definição das personagens, nice, e então? Pagar 4 milhões para episódio e esquecer de contratar argumentistas é mesmo uma aposta arriscada.
Por enquanto, Terra Nova é uma aposta cara, pouco inovadora, ainda com pouca definição do que quer em termos narrativos, vai cativando, mas pouco mais. Veremos se o futuro é promissor, por enquanto, prefiro Primeval, que com poucos (comparando com os budgets americanos) meios vai fazendo maravilhas.


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Já me esquecera o quão bom, principalmente em tempos de crise, ler Terry Pratchett. O humor é inglês, desculpem-me os nacionalistas.

Modo Projeto Doutoramento

Cinco dia sempre a escrever? Isto já não acontecia há algum tempo...e vamos a ver se se repete na próxima semana(até 5ª Feira está garantido), já que o prazo de entrega do Projeto de Doutoramento é dia 15 e as aulas começam já na 2ª feira e o Gabinete de Relações Externas não tem parado neste início de semestre e... eu estou quase a flipar!!! Haja trabalho!

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Menina do Magnum Branco

Pouco tempo te tive, mas como esse pouco se multiplica quando penso em ti.
Com uma mordacidade, humor e simplicidade, pouco típicas de uma criança, cativaste-me, cativaste-nos.
Se calhar somos nós, adultos, que se perdem numa maturidade acéfala, e teimam em acriançar adultamente as crianças que crescem. Mas deixemos de falar de nós, adultos, tenho saudades tuas.

Do sotaque, da crítica bem disposta, do sorriso, dos abraços, do carinho, do riso, de gozares comigo, da timidez, da sinceridade, tenho saudades de ti, gulosa.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

comemorações

Mesmo que não quisesse já todo o jornal, perdão, suplemento de jornal e revista especializada na área me/nos relembrou que o in utero dos Nirvana saiu há 20 anos. Não me apeteceu ir ver, mas gostava de saber há quanto tempo saiu este. Agressividade por agressividade, este continua a ser o meu álbum favorito dos rapazes de Seattle. Todas as temáticas, todos os demónios de Cobain estão ali, parece-me que o futuro de Cobain também mora ali.






terça-feira, 4 de outubro de 2011

Admiro as pessoas que conseguem dizer o que pensam frontalmente. Facilmente passam por arrogantes, cruéis, energúmenas, como se calar fosse o mais natural. (Claro que às vezes são, mas o ponto aqui não é esse...) Normalmente caio nesta faceta, falo e falta-me, confesso, senso para analisar o contexto, o público, reconheço que muitas vezes era preferível ter ficado calado, não pelo que disse, mas no contexto em que o disse ou com o tom com que disse. Mas o ponto é a necessidade de criticar ou estipular alguma coisa frontalmente.
Já disse o que não queria por pressão. Obrigaram-me a dizer o que não queria dizer naquela altura, com aquele auditório, mas tanto me obrigaram que... disse o que tinha a dizer e chateei-me com aqueles que me criticaram a falta de lisura. Porque tememos tanto a dissonância? Parece-me mais importante saber o que o outro realmente pensa.
Aqui há tempos ouvi alguém dizer que discutimos por não comunicarmos, tendemos a intuir, por vezes, erradamente, quantas discussões/preconceitos nascem por interpretações nossas? Talvez por ter achado interessante e viável o ponto admirei-me com a conclusão. Em vez de se realçar a comunicação como algo a praticar, a conclusão apontava para a não discussão, já que não sabemos tudo e podemos cometer erros de julgamento. Não é esse o objectivo da comunicação?

Abrir a boca é um desafio, as moscas podem sempre entrar, ou mesmo sair!
Parece que compreendemos quase unicamente o desacordo como sinal de má educação, parece-me mais saudável compreender onde e por que é que estamos em desacordo e avançar a partir daí.

Esta ideia levou-me para outra, admiro, cada vez mais, as pessoas que conseguem ouvir o que os outros dizem frontalmente e continuar a gostar/falar/dar-se com eles!

Comunicação tem muito que se lhe diga, as Técnicas de Comunicação começam já para a semana!!!

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

De como so(u)mos

Facilmente os outros nos descobrem, intuem ou descrevem-nos como somos, em duas ou três palavras, acutilante sentido de observação, como se pudéssemos ser descritos a frio, como se fossemos sempre daquela forma.
Ultimamente tenho tentado mudar algumas das minhas formas de ser, não por ser do contra, que sou, mas por tentar, inultimente, por vezes, ser melhor do que sou. Confesso que muitas das palavras com que os outros me definem estão presentes em mim, direto, politicamente incorreto, sem papas na língua. Sou um pouco assim, ou muito, depende de a quem perguntarem.
Sinto que esta forma de ser me tem prejudicado, quer pela aparente impulsividade que a sinceridade traz acoplada, seja pelo medo dessa mesma sinceridade. Ignoram, espero eu, que o que digo é dito sinceramente, mas com amor, cuidado, a força das palavras toldam estes sentimentos e por vezes são razões suficientes para me calar, mas dificilmente me calo quando acho que tenho razão, no entanto vou aprendendo a fazê-lo. Há dois meses fui atingido por uma bomba não expectável, pelo menos no grau de destruição, recebi mensagens de carinho, de apoio, recebi mensagens coerentes e corretas, com ou sem carinho. Houve uma que me magoou, não pelo conteúdo, mas pela ausência aparente de compreensão e apoio, duas horas depois, recebi outra em tudo igual à anterior, mas com sincero amor. Fez toda a diferença.
Sinto que algumas pessoas evitam confessar-me algumas coisas, sei a razão, mas não a entendo, ou entendo que não me conhecem ou a forma como me tenho dado as tem afastado. O que fazer? Entre as muitas opções opto por nada fazer, sei que sou imperfeito, nos sentimentos, nas ações, nas palavras e tenho evitado convencê-las de algo contrário.
As ações e resoluções são para quem as pratica, estamos cá para quem quiser, entretanto vamos tentando mudar-nos, ainda que lentamente.