Não sei o que é que Juva Batella fumou ou ingeriu, mas não me importava de experimentar o mesmo.
Falo de O Verso da Língua, romance de 1995, agora editado pela Editorial Presença.
O Verso da Língua é um policial, um divertimento e uma trip, tudo num só pacote.
Como todos os policiais, parafraseando as críticas ao último livro de Francisco José Viegas, há mortes, i.e., assassínios, mas também suicídios, raptos e conspirações, ou tentativas de...
O que torna esta leitura aprazível são os seus personagens, ao longo das cerca de 200 páginas vamos acompanhando as aventuras e desventuras do verbo, do substantivo, apoquentamo-nos com o destino do Ponto Final e da Norma, aprendemos algumas coisas com a Nota de Pé de Página, assistimos a um concerto dos Radicais Gregos, e... já perceberam, não é?
Batella foge ao esperado e cria uma narrativa sobre as alterações do Projecto de Unificação Ortográfica para a Língua Portuguesa.
Tem sido uma surpresa e um prazer ler este livro.
Vale a pena dar uma espreitadela.
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