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domingo, 10 de fevereiro de 2013

"Faith is not what you profess to believe. Rather, it is that wich you believe enough to live by, and act upon."
Joshua Graham, The Accidental Exorcist 

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Ruben A. de Liberto Cruz e Madalena Carretero Cruz

Entrei na obre de Ruben A. com as Páginas (I-VI) e fui-me ficando. Há poucos autores a que volto, Ruben A. é um deles, há autores que prezo, por vezes, não tanto pelo que escreveram ou contaram, pela narrativa, mas pelo estilo, pelo léxico, pela plastificação da linguagem, Ruben A. é um deles.
Algumas das Páginas são tão desconcertantes como hipnóticas, tão geniais como perturbadoras, pelo ritmo, pela criação de palavras, pelo humor, sarcasmo, ironia. Mas de Ruben A. pouco conhecia, alguns dados biográficos superficiais, pouco mais; Ruben A. - uma biografia, de Liberto Cruz e Madalena Carretero Cruz foi comprado com o objetivo de colmatar essa ignorância, mas também com o objetivo de perceber melhor a obra, de contextualizá-la no pensamento do autor e na sua totalidade.
O subtítulo, uma biografia, é quase um programa, dizem os autores que outras biografias seriam/serão distintas e que isso até seria desejável.
Tem sido uma viagem interessante, de descoberta, que responde à ignorância já confessada.
Continuo na penumbra quanto ao desconhecimento geral de Ruben A., eu descobri-o por acaso, numa Feira do Livro, gostando de uma ou outra linha que li, ao abrir o primeiro volume de Páginas.
Sim, a escrita é aparentemente anárquica, polissémica, ou como António Quadros descreveu o escritor - "meio surrealista, meio anarquista, meio delirantemente satírico, que, através de uma estética do absurdo, era capaz de tanto nos revelar sobre nós, como sociedade, como humanidade e como país, não se poupando aliás a si próprio no humor malicioso, mas sem maldade que o caracterizava." (pág.136) Talvez esta descrição explique um pouco esse afastamento, afinal a obra é distinta de tudo o que se escrevia e escreve em Portugal.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Lars Kepler

Lars Kepler não é uma pessoa, são duas, Alexander Ahndoril e Alexandra Coelho Ahndoril. Se querem mesmo saber a senhora é filha de uma portuguesa, ainda bem que escreveram esta série usando um pseudónimo, senão andaríamos à procura dos seus livros na secção de autores portugueses, como me aconteceu com o Daniel Silva.
Neste momento há dois romances editados em português, o primeiro é O Hipnotista, primeira obra em conjunto, o segundo é O Executor.
Para variar, comecei pelo segundo e gostei, mas depois li o primeiro e a verdade é que a estreia parece-me mais forte do que a continuação.

Em O Hipnotista somos confrontados com o assassínio brutal de uma família (pais e filha), o filho resistiu e está internado no Hospital, tornando-se a única testemunha do crime.
Joona Linna, o herói da série, polícia da Judiciária, responsável pelo caso, pede ajuda a Erik Maria Bark, médico e antigo hipnotista, que jurou publicamente nunca mais praticar a hipnose. Convencido por Joona, Erik quebra a promessa e daqui para a frente tudo parece correr mal, o seu filho é raptado e Erik vai ter de confrontar-se com o seu passado.

O romance de estréia é uma tour de force, com 560 páginas, num estilo pormenorizado e detalhado, com alguns flashbacks que poderão não agradar a todos, eu delirei. Trata-se de uma história negra, cruel, que não nos deixa respirar (alguns respirarão nos flashbacks, mas é tudo uma questão de estilo e gosto). Quando terminei O Executor, refilei com as comparações a Stieg Larson, comparações que compreendo depois de ter terminado o primeiro livro.
Joona Linna é mais um polícia marcante dos policiais nórdicos, inteligente como todos (wallander, Winter, Hole), persistente (como os anteriores), perspicaz, um pouco cagão, com problemas nas afeições pessoais (confere), mas, ainda assim, mais comedido nas suas desgraças (é difícil descer mais baixo do que Harry Hole).
A força de o Hipnotista é a descrição pormenorizada dos estados de alma das personagens, ora quando se fala de um livro que descreve um grupo de pessoas com problemas psicológicos, essa força é digna de realce.

O segundo romance de Lars Kepler, O Executor, é ligeiramente menos negro, penso que mais por defeito do que por vontade. Se calhar esta minha opinião parte do maior interesse que o primeiro livro me despertou, já que pensando retrospetivamente o livro é negro, cruel, mas se calhar é menos violento para o leitor do que o segundo, é mais cinematográfico, mais visual, enquanto o primeiro me surpreendeu mais  psicologicamente.
Avancemos, o enredo de O Executor começa com o aparecimento de uma mulher morta num barco no  arquipélago de Estocolmo. No dia seguinte, Carl Palmcrona, director-geral de Armamento e Infraestruturas de Defesa da Suécia, é encontrado enforcado em casa. Joona Linna desconfia da hipótese suicídio e recusa-se a dar o caso como encerrado.
Pouco a pouco, Linna e o leitor começam a perceber de que modo estas duas mortes estão ligadas.
O Executor insere-se, mais facilmente, no chamado Policial Nórdico pela sua trama, as questões da guerra em África, o tráfico de armas e a violência de estrangeiros em solo sueco, tão caras a Mankell, estão presentes aqui.
Confesso que gostei muito do que li,  (acabo de saber que se trata de uma série de 8 volumes, aqui), mas desgostei um pouco da opção final de trazer spoilers, mais pelo spoiler em si, que me parece demasiado telenovelesco.
Leim e digam de vossa justiça.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Leituras

A ler La pirámide de Henning Mankell.
Ler Wallander em castelhano é estranho, pode ser que seja como a Coca-Cola no adágio de Pessoa.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Desculpas aos puristas

2666 - já li os primeiros dois livros, dos cinco que o compõem.
Ainda não estou convencido, nem vencido.

Uma piada: um aluno pergunta-me se 2666 é o nome do livro ou o número de páginas...
Ah! O humor....

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Sucumbi à tentação de ler Bolaño.
Sucumbi, não porque não estivesse nos meus planos lê-lo (depois de todo o hype, teria de o fazer), mas porque sucumbi à compra do muito falado e elogiado 2666.
Preferia ter começado pelo Estrela Errante ou pelos Detectives Selvagens.
Mas ontem, apesar dos 6 ou 7 livros a meio que tenho e sem vontade de os continuar no momento, acabei por comprá-lo.
Lá se vai a minha coluna, já que vou carregá-lo comigo nas próximas semanas meses (com testes para corrigir, trabalhos para fazer e a tese para preparar).

"Para ela a leitura estava relacionada directamente com o prazer e não directamente com o conhecimento, ou com os enigmas, ou com as construções e labirintos verbais, como acreditavam Morini, Espinoza e Pelletier."

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Da leitura - dividido entre romances

Um dos autores portugueses que mais aprecio é Mário de Carvalho.
Li com gosto e divertimento A Inaudita Batalha..., Fantasia para dois Coronéis, entre outros.
Por outro lado, tenho imensa dificuldade em ler os livros que curiosamente têm sido premiados, Passeando com um Deus na Brisa da Tarde, A Sala Magenta e incluo aqui o Era bom que trocássemos umas ideias sobre o assunto.
Principalmente os dois primeiros, mas em certa medida incluo o terceiro, abusam da estética, da forma, do domínio da língua esquecendo, na minha modesta opinião, a trama, parece-me que nunca acontece nada.
Ainda assim, o humor e o "cinismo" de Mário de Carvalho chegam para me convencer a tentar ler os seus livros.
Há poucos autores portugueses, dos que leio, que demonstrando um conhecimento amplo da língua me dão um enorme gozo ler, para além do sujeito deste texto, refiro somente Baptista Bastos e Fernando Campos.